Quem é Mazeppa? Durante vários séculos, o nome do traidor desprezível foi até considerado indecente para ser mencionado em obras sérias.

1. Ivan Stepanovich Mazepa nascido em 20 de março de 1639 na vila de Mazepintsy, perto de Bila Tserkva, em uma família ortodoxa da pequena nobreza. Os antepassados ​​de Mazepa, tal como ele próprio, pertenciam aos homens livres cossacos, espremidos entre a Rússia, o Império Otomano e a Comunidade Polaco-Lituana.

2. Adam-Stepan, pai de Ivan Mazepa, foi nomeado pelo rei polonês para o cargo de comandante de Chernigov. Ele ocupou esta posição até sua morte.

Retrato do início do século XVIII. Da “Antiguidade de Kiev” Foto: Domínio Público

3. Graças à posição de seu pai, o jovem Ivan Mazepa foi recebido na corte do rei polonês Jan Kazimira, onde foi um dos nobres “restantes”. Após a morte de seu pai em 1665, ele assumiu o cargo de comandante de Chernigov.

4. A carreira de Ivan Mazepa na corte do rei polaco estagnou devido à sua religião: ele era ortodoxo, enquanto a corte era dominada por católicos que tratavam Ivan com desdém.

5. Capturado pelo povo do hetman do Exército Zaporozhian na Margem Esquerda da Ucrânia Ivan Samoilovich Mazepa foi nomeado professor de seus filhos. Tendo conquistado o favor do hetman, foi condecorado com o posto de capitão-general.

6. Ivan Mazepa, que viajou a Moscou em várias missões, conseguiu conquistar o favor do favorito da princesa Sofia Vasily Golitsyn. Quando seu patrono Samoilovich caiu em desgraça, Mazepa, com o apoio de Golitsyn, foi eleito hetman do Exército Zaporozhiano na Margem Esquerda da Ucrânia.

7. A queda de Sophia e a transferência de poder para Pedro I A posição de Mazepa não foi afetada. Além disso, o hetman tornou-se um dos associados mais próximos do czar. Em 8 de fevereiro de 1700, Mazepa tornou-se o segundo titular da Ordem de Santo André, o Primeiro Chamado, instituída por Pedro. Pedro colocou pessoalmente a insígnia da ordem no hetman “por seus muitos nobres e diligentemente diligentes serviços fiéis em trabalhos militares”.

8. No outono de 1707, Ivan Mazepa disse às pessoas próximas a ele: “Sem extrema e última necessidade, não mudarei minha lealdade à Majestade do Czar”. Por “extrema necessidade”, o hetman entendeu a inevitável derrota militar do czar russo. Até a transição aberta de Mazepa para o lado da Suécia, Pedro I recebeu mais de uma vez denúncias contra ele, mas não acreditou nelas. Juiz Geral do Exército Zaporozhye Vasily Kochubei, que alertou o czar sobre a traição de Mazepa, foi executado por caluniar o hetman.

9. Pedro I, impressionado com a traição de Mazepa, ordenou a eleição de um novo hetman, que ele se tornou Ivan Skoropadsky. Em novembro de 1708, em Glukhov, Mazepa foi anatematizado pela igreja e, em seguida, foi realizada uma execução simbólica. A efígie representando o hetman foi enforcada publicamente pelo carrasco. Mazepa foi privado de todos os seus prêmios e bens, por ordem de Pedro I, foi feita uma Ordem especial de Judas. O czar pretendia fixar um círculo de prata de cinco quilos com a imagem do Cristo traidor pendurado em um álamo no pescoço do cativo Mazepa.

10. Acordo oficial com o rei sueco Carlos XII Mazepa assinou a luta contra Pedro I em abril de 1709, e já em junho as tropas suecas foram completamente derrotadas na Batalha de Poltava. Para o traidor hetman de setenta anos, foi um colapso completo. Tendo conseguido evitar a captura, refugiou-se em Bendery, no território do Império Otomano. Em 22 de setembro de 1709 ele morreu. Em 11 de março de 1710, Pedro I emitiu um manifesto no qual era estritamente proibido censurar o “Pequeno Povo Russo” pela traição de Mazepa.

Mazepa Ivan Stepanovich - hetman da Pequena Rússia que traiu a Rússia e Pedro I. Mazepa veio de uma família nobre ucraniana. Seu pai, como se pode pensar de algumas fontes, juntou-se aos cossacos e antes do levante Khmelnitsky era o ataman Belo-Tserkov, e então recebeu o título de comandante de Chernigov do rei polonês. O ano de nascimento de Mazepa é determinado de forma diferente: 1629, 1633 ou 1644. Ivan Mazepa iniciou a sua educação, como dizem, na Academia de Kiev, e depois foi colocado na corte do rei João Casimiro como camareiro (posição correspondente ao Cadete de câmara alemão) e enviado para completar seus estudos no exterior. Em 1663, Mazepa, continuando a servir os polacos mesmo após a revolta de Khmelnitsky, cumpriu as ordens do rei na Ucrânia. Nesse mesmo ano, por motivos desconhecidos, deixou o tribunal e permaneceu na obscuridade por 6 anos.

Dessa época também datam as aventuras românticas de Ivan Mazepa, uma das quais, segundo a lenda, terminou com o marido enganado amarrando Mazepa ao lombo de um cavalo da estepe, assustado com golpes e tiros, e deixando-o ir. Algum tempo depois, Mazepa casou-se com a filha do coronel Semyon Polovts, Belaya Tserkov, a viúva Fridrikevich, entrou ao serviço da margem direita (ou seja, amigo dos poloneses) hetman Doroshenko, tornou-se a pessoa de que precisava e recebeu o posto de capitão-general . Logo, porém, Mazepa traiu seu patrono e passou para o hetman da Margem Esquerda, sujeito à Rússia. Samoilovich, a princípio sem posição oficial. Logo ganhou a confiança do novo patrono e em 1682 foi nomeado Capitão General. Cinco anos depois, durante Campanha da Crimeia, Samoilovich foi vítima de intrigas e foi deposto, e Ivan Mazepa foi eleito para o lugar de hetman, dando um suborno de 10.000 rublos. ao então onipotente Príncipe VV Golitsyn na corte da Princesa Sofia em Moscou. Em 1689, Mazepa estava em Moscou e conseguiu ganhar o favor do jovem czar Pedro, que removeu sua irmã Sofia do poder.

Hetman Ivan Mazepa

Durante muitos anos, Ivan Mazepa foi um assistente ativo de Pedro em seus empreendimentos militares e conquistou sua total confiança, graças à qual consolidou sua posse da maça do hetman. Na Ucrânia, Mazepa não era amada. Sua educação e gostos poloneses o tornaram estranho às massas. Mazepa cercou-se de imigrantes poloneses, patrocinou os mais velhos que lhe eram devotados, “enriqueceu-a, enriqueceu-se. A insatisfação com o hetman foi expressa em agitação, que foi reprimida. Naquela época, as denúncias eram comuns e Mazepa foi denunciado mais de uma vez, mas as denúncias revelaram-se infundadas e a confiança do czar em Mazepa não diminuiu. A denúncia de Kochubey, cuja filha foi seduzida por Mazepa, também não teve consequências - uma denúncia baseada na traição real do hetman ao czar.

É difícil estabelecer quando Mazepa pensou em traição, pelo menos já em 1705-1706. Mazepa negociou com a princesa polonesa Dolskaya e com o rei Stanislav Leshchinsky, que foi colocado no trono polonês pelos suecos durante a Guerra do Norte. Sucesso Carlos XII e a situação difícil de Pedro forçou Mazepa a agir de forma mais decisiva. Garantindo ao czar sua lealdade, Hetman Mazepa conclui um acordo com os suecos e poloneses e negocia para si uma posse vassala na Bielo-Rússia. Ao mesmo tempo, ele desperta temores entre os anciãos cossacos da Pequena Rússia sobre as intenções de Pedro de destruir a autonomia da Pequena Rússia. Ivan Mazepa conseguiu por muito tempo esconder sua traição do governo, mas o movimento de Carlos XII para o sul da Rússia no outono de 1708 forçou o hetman a revelar suas cartas. Ele se junta a Carlos com 1.500 cossacos e convoca a revolta da Pequena Rússia. No entanto, as esperanças de Mazepa não se concretizaram. O povo ucraniano não acreditava no plano de existência independente do país promovido por Mazepa e tinha medo fundamental de regressar ao domínio polaco. Apenas entre os insatisfeitos com o governo russo Cossacos havia simpatia por Ivan Mazepa.

As circunstâncias estavam contra Mazepa. Menshikov tomou e queimou a residência do hetman Baturin; o inverno rigoroso dificultou a marcha dos suecos por todo o país, onde a população não tinha simpatia por eles. Deposto e anatematizado pela igreja, Mazepa foi substituído por Skoropadsky. A Pequena Rússia reconheceu o novo hetman, e os cúmplices mais prudentes de Ivan Mazepa logo foram entregues a Pedro. A Batalha de Poltava em 27 de junho de 1709 decidiu o destino da campanha e de Mazepa. Carlos XII e o hetman mal conseguiram escapar da captura e fugiram para a Turquia. Os turcos, apesar do assédio de Pedro, não extraditaram Mazepa, mas o corpo senil de Mazepa não suportou os fortes choques. O hetman morreu em 22 de agosto do mesmo ano de 1709 e foi sepultado em Galati.

Carlos XII e Mazepa após a Batalha de Poltava. Artista G. Cederström

Mazepa foram nomeados apoiadores do Hetman Ivan Mazepa, que se juntou aos suecos com ele. Alguns deles, como o Apóstolo Daniel e Inácio Galagan, romperam com o hetman rebelde a tempo e conseguiram cair nas graças do rei. Outros foram até o czar no dia da Batalha de Poltava, incluindo o juiz-geral Chuykovich, o general Yesaul Maksimovich, os coronéis Zelensky, Kozhukhovsky, Pokotilo, Anton Gamaleya, Semyon Lizogub, o escrivão Grechany e outros.Eles pagaram com prisão e exílio. Finalmente, outros - o comboio geral Lomikovsky, o escrivão geral Orlik, o coronel Dmitry Gorlenko de Prilutsk, Fyodor Mirovich, os irmãos Hertsik, o sobrinho de Mazepa, Voinarovsky e outros seguiram o hetman até a Turquia e, após sua morte, continuaram a tentar levantar uma revolta na Pequena Rússia .

Na literatura russa, as informações mais detalhadas sobre Ivan Mazepa são encontradas em Kostomarov em "Ruína" e "Mazepa e os Mazepianos". Veja também F. M. Umanets, “Hetman Mazepa” (São Petersburgo, 1897); Lazarevsky, “Notas sobre Mazepa” (“Kyiv Starina” 1898, 3, 4, 6). A vida de Mazepa muitas vezes serviu de tema de ficção.

Compreender este período histórico específico da história ucraniana, conhecido por quase toda a Europa, é extremamente importante para todos os ucranianos. O desenvolvimento do Estado é impossível sem a autoconsciência nacional. Essa autoconsciência é inerente a todas as nações que criaram o seu próprio estado. E a Ucrânia não pode ser uma exceção neste sentido.

Da lenda ao símbolo histórico

Ivan Stepanovich Mazepa - um dos mais proeminentes hetmans ucranianos, que permaneceu no poder por mais tempo (mais de 20 anos) - nasceu em 20 de março de 1640 (de acordo com algumas fontes em 1639 ou 1644) na vila de Kamentsy (mais tarde Mazepintsy ) perto de Bila Tserkva, na região de Kiev, na família da pequena nobreza ucraniana.

Mãe - Maria Madalena - foi educada, corajosa e uma grande patriota da Ucrânia. Até o fim de seus dias (1707) ela foi a primeira conselheira de seu filho hetman, o que atesta seu profundo intelecto. Nos últimos 13 anos de sua vida ela foi abadessa do convento Kiev-Pechersk.

Desde muito jovem Ivan aprendeu a andar a cavalo e a usar o sabre, estudou ciências europeias e, com o tempo, por insistência da mãe, foi estudar no Kiev-Mohyla Collegium, que transformaria em academia durante os anos de seu hetmanship. Os autores favoritos de Mazepa eram Cícero, Tito Lívio e Tácito.

No final da faculdade, o pai de Ivan Mazepa, Stepan-Adam (uma figura bastante profissional na comitiva de Hetman Vygovsky), envia seu filho para a corte do rei polonês como pajem, de onde ele, como um nobre talentoso, é enviado para a Europa Ocidental para completar sua educação. Holanda, França, Alemanha, Itália ampliaram a visão de mundo do jovem e enriqueceram-no espiritual e politicamente. Ele estudou exaustivamente os fundamentos da fortificação, fabricação de canhões e outras ciências.

Esguio e de aparência incrivelmente atraente, Ivan era uma pessoa muito esclarecida para sua época: além do ucraniano, falava russo, polonês, latim e francês, era versado em filosofia e história, música e poesia, e escrevia poesia. Desde tenra idade até a velhice, Mazepa teve o dom de encantar pessoas: reis e czares, guerreiros e cossacos, até o clero se deixava influenciar por sua atratividade, sem falar nas mulheres. Uma série de aventuras amorosas passam por sua vida.

O protagonista do poema "Mazeppa" de Byron, relembrando sua juventude, diz:

Eu era muito bonito naquela época;
Agora, há setenta anos
Eles deram um passo - devo ter medo das palavras?
Alguns maridos e jovens, -
Vassalos, cavaleiros - comigo
Poderíamos discutir sobre beleza.

O inimigo jurado de Mazepa na corte do rei polonês, um dos muitos que invejavam o sucesso do ucraniano, fez de tudo para garantir que Ivan Stepanovich perdesse o favor real. Em suas “Spomin” (memórias), este mestre da caneta descreveu a lenda sobre uma das aventuras amorosas de Mazepa, que, segundo o autor, deveria ter desonrado para sempre o antigo favorito real. Mas aconteceu o contrário...

Essa lenda dizia que Mazepa, tendo uma amante - a esposa de um grande magnata polonês, foi pega em flagrante, amarrada nua a um cavalo selvagem, que levou o cara através da estepe, da Polônia até a Ucrânia. E embora esta invenção fosse improvável, tornou-se uma espécie de símbolo. A bela e atraente história foi recolhida por poetas, artistas e compositores quando chegou a hora de elogiar um dos mais destacados hetmans da Ucrânia, estadista, criador, patrono da cultura, conhecedor e mestre do campo literário.

Os europeus Voltaire (1731), Franciszak Gosiecki (1732), Henri Constant d'Orville (1764), Heinrich Bertucha (1812), o americano John Howard Payne (1852) são apenas alguns autores que fundaram o mundo Mazepiana. No século XIX, foi reabastecido com óperas, sinfonias musicais, esquetes, romances, contos, poemas e telas artísticas.

Em Kiev, o músico e compositor Seletsky, familiarizado com Liszt, Mendelssohn e Meyerbeer, escreve nas suas memórias que, por sugestão de Varvara Repnina, quis criar a ópera “Mazeppa”, cujo libreto seria escrito por Shevchenko . Mas ao se encontrar com o poeta, Seletsky insistiu que o libreto fosse em russo. Shevchenko não concordou.

Na literatura da Europa Ocidental, Mazepa, graças à poesia romântica, permaneceu um herói lendário. O poeta inglês Byron, o escritor e poeta francês Hugo e o pintor Vernet, o compositor húngaro Liszt, a partir desta lenda, criaram obras imortais que elevaram o seu herói ao nível de símbolo histórico.

“Talvez um dia seja útil à pátria”

A paz entre a Ucrânia e a Polónia, como sempre, não durou muito. O desgraçado Mazepa é mandado embora com o exército polaco, que mais uma vez entrou em guerra na Ucrânia. Mas uma vez na Igreja Branca, Mazepa deixou a comitiva real e foi para sua terra natal - Mazepintsy.

Naquela época, três rivais poderosos estavam invadindo a Ucrânia – Polónia, Rússia e Turquia. Cada um desses estados tinha seu próprio hetman na Ucrânia. O mais famoso deles, Petro Doroshenko, queria unir a dilacerada Ucrânia em um único estado com a ajuda do sultão. Mazepa veio até ele. Educado, com habilidades diplomáticas, rapidamente se torna comandante da guarda do hetman, e logo - escrivão geral honorário, ou seja, chefe do departamento diplomático do estado cossaco.

O “Ministro dos Negócios Estrangeiros” cossaco da Margem Direita da Ucrânia, Ivan Stepanovich Mazepa, está a negociar com a Margem Esquerda Hetman Samoilovich, com o Sultão Turco e o Khan da Crimeia, com o Czar de Moscovo e o Rei Polaco, até com o Rei Francês, Luís XIV. Os contemporâneos de Mazepa foram Corneille, La Fontaine, Boileau, Pascal, La Rochefoucauld - todos eles não puderam deixar de influenciar a visão de mundo do futuro hetman.

La Rochefoucauld disse numa das suas máximas: “Uma pessoa clarividente deve determinar um lugar para cada um dos seus desejos e depois realizá-los um por um”. Guiado por esse princípio, o jovem Ivan Mazepa casa-se com uma viúva rica, que logo morre, deixando-lhe uma grande herança. Mazepa se torna um dos didychi (proprietários de terras) mais ricos da Ucrânia. Havia mais de 100 mil camponeses em suas propriedades.

A Ucrânia, na segunda metade do século XVII, viveu tempos terríveis: turcos, tártaros, poloneses e moscovitas atacaram suas terras. O cronista da época, Velichko, descreve esta região da seguinte forma: “Muitas cidades e castelos estão vazios, destruídos... Os campos estão devastados, as florestas, lagos e pântanos estão cobertos de musgo... Em todas as estradas há manchas brancas montes de crânios humanos secos...”. As terras ricas e férteis da Ucrânia tornaram-se um deserto. Além disso, uma elite ucraniana é atraída para Moscovo, outra para a Turquia e uma terceira para a Polónia.

Mazepa descreve esses tempos da seguinte forma:
Desista de toda a paz,
Mas não é possível reunir tudo num só rebocador.
Um para a direita, um para a esquerda,
E todos os irmãos - é um milagre!
(O que, infelizmente, continua relevante na Ucrânia hoje...)

Em 1674, em nome do Hetman Doroshenko, Mazepa foi para a Turquia. Ele liderou um pequeno destacamento de guardas tártaros e 15 escravos como presente para o cã. Na Crimeia, este “corpo diplomático” foi atacado pelo famoso ataman Zaporozhye Ivan Sirko. Os cossacos massacraram os tártaros e libertaram os escravos. De acordo com o código de honra cossaco, era considerado o maior crime entregar cristãos nas mãos de infiéis, por isso Mazepa foi condenado à morte. E só a eloquência o salvou da morte. É sabido que sob a influência do seu discurso, que, infelizmente, a história não nos transmitiu, Sirko, após longa deliberação, disse aos cossacos palavras proféticas: “Não o matem... Talvez um dia ele seja útil para sua terra natal.” E Sirko entregou Mazepa nas mãos de seu aliado, o Hetman Samoilovich pró-russo da Margem Esquerda. Não sem a influência de Moscou, a maça do hetman de Samoilovich foi tirada, ele foi enviado a Moscou e depois, acusado de traição após a denúncia de Kochubey, Gamaliya e outros, foi exilado com sua família na Sibéria, em Tobolsk.

Em 1687, a elite cossaca escolheu Mazepa como hetman da Ucrânia, quando ele já tinha cinquenta anos. A eleição do hetman da Margem Esquerda da Ucrânia ocorreu em 25 de julho (4 de agosto, novo estilo) na Cossack Rada, na vila regimental de Kolomak (hoje uma vila no distrito de Valkivsky, na região de Kharkov). Ao mesmo tempo, foram assinados os historicamente famosos Artigos de Kolomak, limitando os direitos do hetman, mas fortalecendo o poder do czarismo russo na Ucrânia. E embora de acordo com esses artigos fosse proibido eleger um hetman e nomear anciãos cossacos sem a permissão do czar, os anciãos ainda recebiam uma série de privilégios - a inviolabilidade da propriedade de propriedades, a concessão do posto de nobreza e amplos poderes para lutar contra movimentos antifeudais, suprimir as revoltas do "Siromi", etc.

Durante as eleições de Hetman Mazepa, segundo a tradição, foi lido um acordo, assinado ao mesmo tempo por Bohdan Khmelnytsky e ratificado por Moscovo, que estabelecia as principais disposições das relações entre a Ucrânia e a região de Moscovo. É verdade que este acordo foi um tanto distorcido e diferia do original, armazenado apenas em Moscou, uma vez que a cópia de Kiev foi queimada em Kiev-Pechersk Lavra em circunstâncias bastante misteriosas. Como se sabe, o tratado russo-ucraniano de 1654 proclamou em primeiro lugar uma aliança militar da autonomia da Ucrânia e da Rússia contra a Polónia. E dois anos depois (1656) após a assinatura deste acordo, os russos e os poloneses assinaram uma trégua separada em Vilna sem a participação da Ucrânia, o que significou a rescisão efetiva do acordo russo-ucraniano. Dizem que Bogdan Khmelnitsky, pouco antes de sua morte, falou sobre a necessidade de romper oficialmente o acordo. Mas a morte do hetman em 1657 não permitiu que isso fosse feito. E seu sucessor, filho Yuri (tacanho e obstinado), recebeu uma falsificação, que com o tempo se tornou o único texto oficial do acordo, que foi assinado por todos os hetmans.

Os artigos do acordo russo-ucraniano, complementados e revisados ​​​​em Moscou, não previam mais uma aliança militar, mas a subordinação completa da Ucrânia a Moscou, sem o direito de conduzir negociações independentes, ações militares, quase até a aprovação dos candidatos para a posição do hetman, dos coronéis cossacos, etc. com o czar. E o Metropolita de Kiev teve que reconhecer o poder do Patriarcado de Moscou. Este último geralmente contradizia todas as normas internacionais e cânones eclesiásticos da época, uma vez que a igreja ucraniana estava subordinada a Constantinopla.

Mas voltemos ao início do hetmanship de Mazepa. Ele dedica muito esforço e dinheiro ao renascimento do Hetman Ucrânia. A residência do hetman - a cidade de Baturyn - torna-se o centro cultural e educacional da Ucrânia e da Europa. Mazepa se corresponde com muitos cientistas e políticos europeus, coloca o Colégio Kiev-Mohyla sob sua proteção, transformando-o em uma academia, eleva-o ao nível de uma universidade europeia e constrói um novo prédio de três andares para a academia. Ele transforma o Chernigov Collegium em um liceu escolar superior e, em muitas cidades e vilas, constrói escolas, gráficas e igrejas às suas próprias custas. Mazepa restaura o mosteiro de Kiev-Pechersk Lavra, cercando-o com uma parede monumental com um portão maravilhosamente decorado em forma de igreja. Durante a época de Mazepa, muitas igrejas de pedra foram construídas, inclusive às custas do hetman. “A Catedral Mazepin fica, brancos”, escreveu Taras Shevchenko com orgulho.

No início do século XVIII, no final do período Mazepa, havia uma escola para cada 1.000 habitantes na Ucrânia (um século depois, em 1875, já existia uma escola para quase 7.000 habitantes). Durante a época de Mazepa (1708), a Academia Kiev-Mohyla contava com 2.000 spudes (alunos), mas já em 1709 eram 161, e quase um século depois esse número aumentou, mas apenas para 800-1.000 pessoas. Hoje a academia ressuscitada tem mais de 2.000 alunos. Na época de Mazepa, havia muitos ucranianos entre os estudantes das universidades da Sorbonne e de Praga. Quase todos os anciãos cossacos na Ucrânia tinham ensino superior.

Como chefe de Estado, Mazepa não se distinguiu pela mansidão: tratou brutalmente os seus inimigos e aqueles que usurpavam o seu poder, o poder da elite aristocrática. Ele queria que a Ucrânia fosse independente, mas não estava muito preocupado com o destino dos pobres e dos camponeses. Portanto, o “siroma”, que se rebelou contra o jugo de Moscou, contra a pequena nobreza polonesa e os senhores ucranianos, foi reprimido impiedosamente. E Pedro I aprovou isso: a revolta liderada por Petrik, o líder dos pobres, foi reprimida. O coronel Fastovsky Semyon Paliy, que lutou contra a opressão polonesa na Ucrânia, foi exilado na Sibéria.

Ivan Stepanovich Mazepa é um famoso hetman, comandante e político ucraniano. Ele é conhecido principalmente pelo facto de ter tentado, mais do que outros, unir a Ucrânia da Margem Esquerda e da Margem Direita sob a sua liderança. Por muito tempo foi considerado o melhor amigo de Pedro I. Mas por causa de sua traição, ele perdeu não só sua antiga confiança, mas também seu bom nome.

Pedigree e primeiros anos

As raízes de Ivan Mazepa remontam à famosa família nobre. Seu bisavô Nikolai Koledinsky serviu na corte do rei Sigismundo II. Por seus serviços, ele recebeu como presente uma fazenda inteira perto de Kiev. Mais tarde, o bisavô mudou seu sobrenome para Mazepa, e a aldeia que lhe foi dada foi renomeada como Mazepinsy.

Foi aqui que nasceu Ivan Mazepa, em 20 de março de 1639. A biografia do futuro hetman nos conta que seu pai era Stepan Mazepa, associado do próprio Bohdan Khmelnytsky. A mãe do menino, Marina Mokievskaya, também vinha de uma família nobre: ​​seu pai e seu irmão eram idosos em Zaporozhye.

Juventude e treinamento na corte do rei

Ivan Mazepa recebeu sua primeira educação no Kiev-Mohyla Collegium. Depois, graças aos esforços do pai, ingressou no Colégio Jesuíta de Varsóvia. Deve-se notar que o pedigree do menino permitiu-lhe permanecer na corte do rei polonês João Casimiro como um nobre.

Usando o dinheiro do pai, Ivan Mazepa adquiria novos conhecimentos e habilidades a cada dia. Ao mesmo tempo, ele estudou não apenas com professores poloneses, mas também viajou frequentemente para o exterior. Quando atingiu a maioridade, o jovem conhecia mais de seis línguas estrangeiras. Além disso, Mazepa leu centenas de livros sobre história, assuntos militares, economia e filosofia.

No entanto, apesar da sua educação, o futuro hetman era muitas vezes guiado pelas suas emoções. Isso repetidamente o colocou em desvantagem. Uma vez ele até caluniou o amigo na frente do rei só porque falou mal dele. Posteriormente, as mentiras de Ivan Mazepa vieram à tona e sua reputação sofreu muito.

Início do serviço militar

Em 1663, o rei polaco Jan Casimir lançou uma campanha militar contra a Ucrânia. Para Ivan Mazepa este foi um momento decisivo, pois ele teve que decidir de que lado permaneceria. Depois de analisar todos os prós e contras em sua cabeça, o jovem se juntou ao exército ucraniano do Hetman Petro Doroshenko.

Aqui o jovem cossaco subiu de posição rapidamente. Isso se deveu ao fato de seu próprio pai ter servido Doroshenko por muitos anos consecutivos. Em 1669, Ivan Mazepa alcançou o posto de capitão e depois tornou-se escriturário-chefe. Assim, de nobre polonês, o jovem se transformou em um verdadeiro cossaco ucraniano.

No entanto, em 1674, Mazepa enfrentou outra reviravolta no destino. Por ordem do hetman, ele é enviado como diplomata ao Canato da Crimeia. O principal objetivo da campanha era estabelecer uma aliança militar com os turcos. Mas no caminho, seu destacamento tropeça em uma emboscada dos cossacos da margem esquerda e acaba perdendo a batalha para eles. O próprio Ivan Mazepa é capturado e escapa milagrosamente da sentença de morte.

De prisioneiro a hetman

Mazepa sobreviveu apenas graças à sua educação. Ao ser interrogado pelo hetman da Margem Esquerda, Ivan Samoilovich, ele demonstra inteligência e conhecimento extraordinários. Impressionado com tamanha erudição, o líder cossaco confia ao cativo a criação dos próprios filhos. Posteriormente, Ivan Mazepa não só conquistou a liberdade, mas também passou para o lado de seus antigos inimigos como capitão.

Durante viagens oficiais, ele conhece o príncipe Vasily Golitsyn. Logo o encontro fugaz se transforma em amizade. E foi graças à influência de seu camarada que em 1687 Ivan Mazepa alcançou o posto de hetman no parlamento perto de Kolomak. Deve-se notar que as opiniões dos historiadores sobre a relação entre Mazepa e Golitsyn diferem muito: alguns acreditam que o príncipe ajudou o cossaco por bons motivos, enquanto outros afirmam que o motivo de tudo foi um suborno substancial das mãos do capitão.

Para o benefício do Império Russo

O reinado do Hetman Ivan Mazepa teve como objetivo fortalecer a amizade com a Rússia. Além disso, o governador ucraniano esperava que a chegada ao poder de Pedro I em 1689 fosse favorável para a Pequena Rússia. Para fazer isso, ele tentou com todas as suas forças obter o favor do novo imperador.

E Mazepa fez isso muito bem. Em tempos de paz, o hetman dava bons conselhos a Pedro I e, em tempos de dificuldades, agia como sua mão punitiva. Assim, foi o exército dos cossacos da margem esquerda que estrangulou a revolta de Petrik, que durou mais de cinco anos no território da Ucrânia. Além disso, Ivan Mazepa participou das campanhas militares contra Azov empreendidas por Pedro I em 1695.

No final das contas, essa dedicação levou ao fato de o czar russo começar a ver o hetman ucraniano como seu melhor amigo. Ele até concedeu ao cossaco o título honorário de segundo titular da Ordem de Santo André, o Primeiro Chamado. Além disso, por decreto do governante do Império Russo, Ivan Mazepa tornou-se hetman de ambos os lados do Dnieper.

Início da Guerra do Norte

A Guerra do Norte começou em 1700. O agressor foi a Suécia, liderada por Carlos XII. O principal objetivo dos suecos era tomar as terras do Báltico, o que não fazia parte dos planos da Rússia. Nesta difícil batalha, Ivan Mazepa ficou ao lado de Pedro I. Ele jurou-lhe que não permitiria que o inimigo entrasse nas terras da Pequena Rússia.

No entanto, a Guerra do Norte logo semeou a discórdia não apenas entre os suecos e os russos, mas também entre o czar e o hetman. Durante os anos de guerra, Pedro I restringiu severamente a liberdade dos líderes militares ucranianos, o que afetou a autoridade de Mazepa. Em particular, em 1704, o exército cossaco poderia facilmente capturar a parte polonesa da Ucrânia e anexá-la à Rússia, mas o soberano proibiu isso. Por causa dessa ordem, o hetman guardava rancor do amigo, pois não lhe permitiu unir o país.

A traição de Ivan Mazepa

Hoje existem muitas versões sobre quando exatamente o hetman começou a construir um plano de traição. No entanto, muito provavelmente isso aconteceu em 1706. Afinal, foi nesse período que as tropas suecas conquistaram o maior número de vitórias. Então muitos acreditaram que o exército de Carlos XII era invencível.

Desde 1707, Ivan Mazepa mantém correspondência ativa com os vassalos do rei sueco. Nele, ele discute um plano para um ataque futuro. Mesmo assim, pessoas próximas a Pedro I avisaram que o hetman estava pronto para traí-lo. Mas por causa de sua amizade, o rei não pôde acreditar nessas palavras. Até o último dia ele esperava que Mazepa permanecesse fiel a ele.

E somente no outono de 1708 o mundo inteiro viu a verdadeira face do governador ucraniano. A partir desse momento, o líder cossaco passou a agir abertamente. Ele apoiou totalmente as tropas suecas: deu-lhes provisões, marchou com elas sob a mesma bandeira e destruiu todos os que se opunham ao novo governo. E a etapa final de sua união foi que em abril de 1709 assinaram um acordo oficial, segundo o qual, após a vitória da Suécia, a Pequena Rússia recebeu total autonomia.

Mas seus planos não estavam destinados a se tornar realidade. Em 27 de junho de 1709, o exército russo desfere um golpe impressionante nos inimigos perto de Poltava. Depois dele, o exército sueco perde rapidamente suas posições e Carlos XII é forçado a recuar às pressas para sua terra natal. Quanto a Ivan Mazepa, ele também está em fuga do país. O Império Otomano se torna seu novo lar. Porém, devido ao grande choque mental, o hetman começa a murchar diante de nossos olhos e, em 22 de setembro de 1709, morre na cidade de Bender.

Finalmente

Hoje podemos contar muito sobre que tipo de pessoa era Ivan Mazepa. A história de sua vida é uma série de mudanças vertiginosas. A maioria deles poderia ter destruído o ucraniano, mas no final apenas o fortaleceram. E tudo porque Mazepa sabia subornar as pessoas com seu carisma. Foi esse presente que o tornou hetman da Margem Esquerda da Ucrânia.

No entanto, a inconstância do governador pregou-lhe uma peça cruel. Confiante de que todas as suas decisões estavam corretas, ele esqueceu completamente a honra. Ele traiu muitas pessoas para alcançar seus próprios objetivos e ambições. Posteriormente, foi isso que o levou a perder. E estando no limite, Ivan Mazepa se tornou um pária. Ele era odiado por todos: seu próprio povo, seus aliados leais, a Igreja Ortodoxa e até mesmo o homem que acreditava na amizade deles há muito tempo.

Ivan Stepanovich Mazepa(Mazepa-Koledinsky 1639-1709) - Hetman da Ucrânia em 1687-1709. Ele veio da pequena nobreza ucraniana da região de Belotserkov. O pai do hetman, Adam, pertencia à pequena nobreza Belaya Tserkov e era dono da vila de Mazepintsy. A mãe de Hetman Mazepa, Maria, veio da família nobre Makievsky. Ele estudou na Academia Kiev-Mohyla e foi pajem da corte do rei polonês João Casimiro. Ele era fluente em latim e conhecia bem polonês, alemão e italiano. Segundo as memórias de contemporâneos, Mazepa atraiu a atenção dos outros não só pela sua educação superior, mas também pela sua capacidade de estabelecer relações de amizade com as pessoas e incutir-lhes confiança em si mesmo. Depois de retornar da Polônia, alistou-se no exército cossaco. Durante o reinado de Hetman Samoilovich, foi nomeado capitão-general e também desempenhou importantes missões diplomáticas. Após a malsucedida campanha da Crimeia de 1687. toda a culpa foi atribuída ao Hetman Samoilovich, que foi afastado do posto de hetman e exilado na Sibéria. Com o apoio da favorita da então governante, Princesa Sofia, boyar Vasily Golitsin, 25 de julho de 1687. Ivan Stepanovich Mazepa foi eleito hetman.

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Mazepa Ivan Stepanovich

Ao longo do seu reinado de 21 anos, Mazepa seguiu a política tradicional de fortalecer a posição dos anciãos cossacos, tradicional para os hetmans da Margem Esquerda da Ucrânia. Graças aos generosos presentes do czar Pedro I, Mazepa recebeu cerca de 20 mil propriedades e tornou-se um dos senhores feudais mais ricos da Europa. Zelo patrono da Ortodoxia, ele construiu muitas igrejas em estilo barroco ucraniano nas terras do Hetmanato. Durante o reinado de Hetman Mazepa, a Academia Kiev-Mohyla conseguiu construir novos edifícios e aumentar o número de alunos para 2 mil.

Mazepa apoiou ativamente Pedro I em suas campanhas contra os turcos e tártaros, que culminaram na captura em 1696. Azov é uma importante fortaleza turca no Mar de Azov. O idoso hetman aconselhava constantemente o jovem monarca nos assuntos poloneses: com o tempo, uma amizade sincera surgiu entre eles.

Porém, no início do século XVIII. a tensão aparece na relação entre o hetman e o czar. Em 1700 A Grande Guerra do Norte começou. Na árdua luta pela posse da costa do Mar Báltico, os principais rivais foram o czar russo Pedro I e o rei da Suécia, Carlos XII, de 18 anos. Após várias derrotas catastróficas no início da guerra, Pedro I decide modernizar o exército, sua administração e armas. Como parte da nova política estatal do czar russo, a autonomia tradicional do Hetman Ucrânia, garantida pelo Tratado de Pereyaslav, estava ameaçada.

Que a glória seja eterna - estamos certos!

Mazepa Ivan Stepanovich

Durante a guerra, o czar fez exigências até então inéditas aos ucranianos. Em vez de protegerem as suas terras dos seus inimigos imediatos - os turcos, os tártaros e os polacos, os ucranianos foram forçados a combater os exércitos suecos na distante Livónia, na Lituânia e na Polónia central. Nestas campanhas, tornou-se dolorosamente óbvio que os cossacos não podiam lutar em igualdade de condições com os exércitos europeus regulares. Seus regimentos sofriam constantemente pesadas perdas, que chegavam a 70% de seu efetivo. Quando, tentando coordenar as ações de suas tropas, Pedro I colocou comandantes russos e alemães à frente dos regimentos cossacos, o moral dos cossacos caiu. Oficiais estrangeiros tratavam o exército cossaco com desprezo, muitas vezes usando-o como bucha de canhão.

A insatisfação geral dos cossacos com a política do czar obrigou Mazepa a procurar um novo patrono. Quando o aliado polonês de Carlos XII, Stanislav Leshchinsky, começou a ameaçar um ataque à Ucrânia, o hetman pediu ajuda a Pedro I. O czar, esperando um ataque dos suecos, recusou-se a fornecer assistência militar a Mazepa. Considerando que Pedro I violou a obrigação de defender a Ucrânia dos odiados polacos, que foi a base do Tratado Pereyaslav de 1654, o hetman ucraniano deixou de se considerar obrigado a permanecer fiel ao czar. Em 28 de outubro de 1708, quando Carlos XII, que marchava sobre Moscou, voltou-se para a Ucrânia, Mazepa, na esperança de evitar o saque de suas terras, passou para o lado dos suecos. Cerca de 3.000 cossacos e parte dos anciãos cossacos cruzaram com ele. As condições sob as quais os ucranianos se juntaram aos suecos foram estipuladas num tratado assinado no início da primavera de 1709.

Sinto muito, Deus, pela Ucrânia, que nem tudo é azul!

Mazepa Ivan Stepanovich

Para a prestação de assistência militar e fornecimento de alimentos, Carlos XII prometeu defender a Ucrânia e abster-se de assinar um acordo com o czar russo até a libertação completa da Ucrânia do poder de Moscovo e a restauração dos seus direitos. Poucos dias depois de Mazepa passar para o lado dos suecos, a capital do hetman, Baturin, foi destruída por um destacamento de tropas russas sob o comando de Menshikov, matando mais de 6 mil pessoas, entre idosos e crianças. A notícia do massacre em Baturyn, prisões e execuções à menor suspeita de simpatia por Mazepa mudou os planos de muitos potenciais apoiadores do hetman. Enquanto isso, Pedro I ordenou aos anciãos cossacos, que não seguiram Mazepa, que elegessem um novo hetman e, em 11 de novembro de 1708, Ivan Skoropadsky tornou-se hetman. O terrível massacre de Baturin e a crueldade das tropas russas semearam o medo entre a população ucraniana; os suecos protestantes também despertaram cautela. Portanto, a maior parte da população não apoiava o Hetman Mazepa. O único grupo significativo da população que ficou do lado do hetman foram os cossacos. Eles pagaram um preço alto por esta decisão. Em maio de 1709 As tropas russas destruíram o Zaporozhye Sich, e o czar emitiu um decreto sobre a execução no local de qualquer cossaco capturado.